Natura &Co passa a remunerar colaboradores com "salário digno" e exclui o "Mínimo"

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A renda digna é calculada com base em uma pesquisa de custo de vida local e o que é necessário para um nível de vida decente, em um determinado lugar e em jornadas normais de trabalho Foto: Divulgação

Às vésperas do Dia dos Direitos Humanos, celebrado no dia 10 de dezembro, Natura &Co anuncia progressos significativos em sua jornada de transformações sociais. A companhia atingiu a meta de renda digna para todos os colaboradores na América Latina, avançando em sua Visão 2030, batizada de Compromisso com a Vida, lançada em 2020 e atualizada em setembro de 2023.

Ao estabelecer um salário digno para os colaboradores, Natura &Co não está apenas abordando questões econômicas, mas também promovendo a valorização da dignidade humana e contribuindo com a eliminação de desigualdades. Desta forma, a companhia deixa de usar a renda ou salário mínimo.

De acordo com a gerente de Sustentabilidade e Direitos Humanos de Natura &Co América Latina, Marina Leal. “Acesso à renda digna é a porta de entrada para a manutenção dos direitos básicos do indivíduo. Isso impacta em mais qualidade de vida, autonomia e, consequentemente, mais desenvolvimento da nossa rede”, completa.

Cálculo

A renda digna é calculada com base em uma pesquisa de custo de vida local e o que é necessário para um nível de vida decente, em um determinado lugar e em jornadas normais de trabalho. Isso inclui a possibilidade de acesso à alimentação, água, habitação, educação, saúde, transporte, vestuário e outras necessidades essenciais, além de provisão para situações inesperadas. Um conceito diferente do salário-mínimo, que é regulamentado pelo âmbito governamental, atualizado com base em índices econômicos e muitas vezes não corresponde a um padrão de vida digna atualizado.

“Para fazer o diagnóstico e entender o tamanho do desafio, o primeiro passo foi o de definir a metodologia que seria utilizada, visto que Natura &Co tem operações em diferentes países que possuem realidades distintas”, aponta Lilian Ikeda, gerente de Remuneração, Incentivos e Mobilidade de Natura @Co América Latina. Após estudos, a empresa decidiu adotar a referência de salário digno fornecida pela Wage Indicator Foundation, que é calculada de acordo com o custo de vida, que varia entre as regiões do Brasil e os países da América Hispânica.

Além de uma métrica, Natura &Co considera a renda digna como um parâmetro de mensuração de impacto, sendo uma das principais metodologias utilizadas no Integrated Profit & Loss Accounting (IP&L, ou Contabilidade Integrada de Lucros e Perdas), ferramenta lançada em 2022 pela companhia que consegue monetizar o impacto dos negócios nos capitais humano, social e ambiental. “A partir dessa análise, estruturamos um programa de avaliação e acompanhamento de pagamento para colaboradores, consultoras e estamos finalizando os estudos em comunidades parceiras da Amazônia”, complementa Marina.

Equidade Salarial

Além de alcançar a salário digno para os colaboradores, Natura &Co comemora outros progressos em remuneração equitativa. Em 2022, a companhia deu fim às inexplicáveis diferenças salariais entre homens e mulheres e reduziu expressivamente as diferenças salariais brutas na América Latina. E no Brasil ainda, foi eliminada a diferença salarial racial.

Desde 2020, a holding desenvolve com a Mercer, consultoria líder de recursos humanos, estudos anuais sobre a equidade salarial no grupo. “Os estudos abrangem mais de 15 fatores individuais, como: salário, cargo, nível de experiência, tempo na função, desempenho, país, e entre outros, gênero e raça. E as primeiras iniciativas para reduzir as diferenças apontadas foram realizadas em 2021”, comenta Lilian.

Na América Latina, a meta prevista para 2023 de ter 50% de mulheres na alta liderança (cargos de diretoria e acima) foi alcançada já em 2020 – a companhia encerrou 2022 com 52% de mulheres na alta liderança. Atualmente, elas são maioria em todos os níveis funcionais, exceto o operacional.

Visão 2030

Na Visão 2030 a companhia destaca o compromisso com os Direitos Humanos. As metas incluem um aumento de 10% no índice de desenvolvimento humano das consultoras e avanços sociais nas comunidades agroextrativistas. O objetivo é gerar impacto mensurável em renda digna, refletindo em saúde, educação e cidadania, ancorado na equidade de gênero e racial.

Lilian reforça o compromisso, indicando que atingir as metas de salário digno e equitativo para colaboradores é um marco, parte de uma jornada contínua.

Enquanto o tema é ainda incipiente na América Latina, Natura &Co é considerada uma das grandes referências globalmente. A empresa já está presente em certificações internacionais como B Corp e Corporate Knights, e faz parte do Movimento Salário Digno do Pacto Global da ONU Brasil.