Rejeição do visto americano de turismo para brasileiros é a menor em 9 anos

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Em 2023, apenas 11,9% dos pedidos de B1/B2 foram recusados pelos EUA; média global é de 29,6%

Em 2023, os EUA recusaram 11,9% das solicitações de visto de turismo realizadas por brasileiros. Trata-se de uma queda em relação aos 14,5% observados em 2022 e da menor taxa de rejeição dos últimos nove anos. Contudo, ainda está abaixo dos patamares mínimos históricos registrados no início da década de 2010.

Os dados – que fazem parte de um levantamento da Viva América, assessoria imigratória especializada em vistos e serviços para quem quer viajar, estudar e trabalhar nos EUA – mostram ainda que o Brasil teve a 50ª menor taxa de rejeição de um total de 199 países.

Ranking

O Brasil ficou à frente de nações como Grã-Bretanha (14,6% dos vistos negados), Nova Zelândia (13,2%), Austrália (16,7%), Chile (16,2%), China (26,6%), Canadá (52,4%) e Vaticano (14,2%).

Dados do Escritório Nacional de Viagem e Turismo dos EUA (NTTO) mostram que o Brasil foi o sétimo País que mais enviou viajantes aos destinos americanos em 2022. Além disso, os brasileiros são a sexta nacionalidade que mais gasta em viagens aos EUA (US$ 6,6 bilhões), representando ainda o quarto maior superávit da balança comercial turística do país.

Demanda elevada  

“Desde a pandemia, a procura pelo visto americano de turismo, conhecido como B1/B2, disparou entre os brasileiros, fazendo inclusive com que o tempo de espera para a obtenção do documento atingisse filas recordes no ano passado. Por outro lado, justamente em razão desse fenômeno, nunca se falou tanto sobre como tirar o visto – e isso acabou ajudando as pessoas a melhor entenderem o processo de emissão e, portanto, a terem maiores chances de aprovação”, explica Rodrigo Costa, CEO da Viva América.

De acordo com o executivo, que mora há mais dez anos nos EUA, as medidas adotadas pela Embaixada americana no Brasil de aumentar a capacidade de atendimento das seções consulares, com o objetivo de dar conta da alta demanda pelo documento entre os brasileiros no período pós-pandemia, podem também ter resultado em uma maior disposição dos agentes em buscar a aprovação dos candidatos.

Mais aceitos

Ainda de acordo com o levantamento da Viva América, Mônaco e Liechtenstein tiveram 0% de rejeição, seguidos por Catar (2,5%), Uruguai (3,2%) e Israel (3,3%). A média global de rejeição em 29,6%. Já os mais rejeitados em 2023 foram Micronésia, Coreia do Norte e Palau, todos com 100% de pedidos negados. Libéria (78,1%) e Mauritânia (76,4%) completam a lista dos “patinhos feios”.

Dicas

O CEO da Viva América explica que, para ter o visto americano aprovado, o turista precisa demonstrar basicamente duas coisas: capacidade financeira de arcar com a viagem pelo período indicado no formulário de solicitação e vínculos fortes com o Brasil.

“O oficial consular só quer saber se você não apresenta um risco imigratório para os EUA, ou seja, se não vai ficar no país ilegalmente uma vez que entre em território americano.”

Consequentemente, esclarece Costa, a maioria das rejeições do visto americano acontece justamente porque o viajante não consegue comprovar seus laços com o País. Outros motivos de negativa do B1/B2 incluem informações desencontradas entre o que foi preenchido no formulário de solicitação e o que foi respondido na entrevista consular, eventual histórico de deportação ou de permanência indevida nos EUA, gravidez avançada (para evitar o chamado “turismo de nascimento”), condenações por crimes e questões de segurança nacional.

Costa ainda desmente o mito de que, caso o turista já tenha passagem comprada e hotel reservado, as chances de aprovação são maiores. “A verdade é que isso não influencia a decisão do agente consular. Aliás, a orientação da própria Embaixada e nossa também é de que não se faça nenhum tipo de gasto sem antes ter o visto aprovado em mãos.”

Países com as maiores taxas de rejeição do visto B1/B2 em 2023

Micronésia: 100,00%
Coreia de Norte: 100,00%
Palau: 100,00%
Libéria: 78,19%
Mauritânia: 76,43%
Laos: 72,79%
Ruanda: 71,09%
Senegal: 70,47%
Somália: 69,89%
Djibuti: 68,37%