Mulheres ganham 13,4% a menos que homens no Ceará; maior o cargo diferença se eleva

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No País como um todo, as mulheres ganham 19,4% a menos do que os homens, revela 1º Relatório de Transparência Salarial

As mulheres ganham 13,4% a menos do que os homens no Ceará. É o que aponta o 1º Relatório de Transparência Salarial já publicado no País com recorte de gênero.

O documento, apresentado nesta segunda-feira, 25 de março, pelos ministérios do Trabalho e Emprego (MTE) e das Mulheres, contém dados extraídos das informações enviadas pelas empresas com 100 ou mais funcionários — perfil exigido por lei para apresentar os dados para o Governo Federal.

Amostra

No total, 1.355 empresas cearenses responderam ao questionário. Juntas, elas somam 539,4 mil pessoas empregadas. A exigência do envio de dados atende à Lei nº 14.611, que dispõe sobre a Igualdade Salarial e Critérios Remuneratórios entre Mulheres e Homens, sancionada pelo presidente Lula em julho de 2023.

Cargos

A diferença de remuneração entre mulheres e homens varia de acordo com o grande grupo ocupacional. No Ceará, em cargos de dirigentes e gerentes, por exemplo, a diferença salta para 29,4%.

No recorte por raça, o relatório aponta que o número de mulheres negras é bem maior que o de mulheres não negras nas empresas do levantamento, com registro de 153,5 mil e 58,5 mil, respectivamente. Contudo, mulheres negras recebem, em média, 21,7% a menos que as não negras. Entre os homens negros e não negros, a diferença de remuneração média semelhante: 22,8%.

Incentivo

O relatório também apresenta informações que indicam se as empresas contam com políticas efetivas de incentivo à contratação de mulheres, como flexibilização do regime de trabalho para apoio à parentalidade, entre outros critérios vistos como de incentivo à entrada, permanência e ascensão profissional das mulheres.

No caso do Ceará, o relatório registrou que 42,2% das empresas possuem planos de cargos e salários; 35,9% adotam políticas para promoção de mulheres a cargos de direção e gerência; 26,7% têm políticas de incentivo à contratação de mulheres; e 17,3% adotam incentivos para contratação de mulheres negras.

Brasil

No Brasil, as mulheres ganham 19,4% a menos do que os homens, de acordo com o 1º Relatório de Transparência Salarial. No total, 49.587 empresas responderam ao questionário – quase 100% do universo de companhias com 100 ou mais funcionários no Brasil. Destas, 73% têm 10 anos ou mais de existência. Juntas, elas somam quase 17,7 milhões de empregados.

A diferença de remuneração entre homens e mulheres varia de acordo com o grande grupo ocupacional. Em cargos de dirigentes e gerentes, por exemplo, chega a 25,2%. No recorte por raça, o relatório aponta que as mulheres negras, além de estarem em menor número no mercado de trabalho, também recebem menos do que as mulheres brancas. Enquanto a remuneração média da mulher negra é de R$ 3.040,89, a da não negra é de R$ 4.552,45, diferença de 49,7%. No caso dos homens, os negros recebem em média R$ 3.843,74 e os não negros, R$ 5.718,40, o equivalente a 48,77%.