Reajuste de energia para residências no Ceará chega a 25,09%

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O aumento médio para todos os consumidores no Estado será de 24,85%, difícil de caber dentro do orçamento da maioria das famílias

O consumidor cearense não terá alívio na conta de energia, mesmo com o fim da cobrança da bandeira de escassez hídrica.  A partir desta sexta-feira (22) começa a vigorar um aumento médio para todos os segmentos no Estado de 24,85%. A decisão é da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que arbitrou a maior alta até agora para o Ceará.

Choque

A Enel solicitou à agência um reajuste de 30,41%, porém, os aumentos percentuais aprovados pela Aneel ficaram assim: 23,99% para grupo A, consumidores de alta tensão com grande demanda de energia, como indústrias; alta de 25,09% para o grupo B, consumidores de baixa tensão, em geral residências e pequenos negócios e de 24,16% para imóveis residenciais com baixo consumo.

De acordo com a Enel, a percepção do consumidor com a entrada do reajuste e a saída da bandeira tarifária gera um efeito praticamente "nulo".

O que ocorre, portanto, é que o cearense não sentirá redução da conta de luz,  efeito que deverá ocorrer em outras áreas do País as quais não estão tendo reajuste no momento. Na prática, no Ceará, um percentual deverá "cobrir" o outro. A conferir nos próximos boletos. O reajuste supera e muito a inflação acumulada nos últimos 12 meses, que para a Região Metropolitana de Fortaleza é de 11,31%, de acordo com o IBGE/IPCA.

Reflexos

O aumento, o maior autorizado desde 2013, representa mais um choque para o consumidor e tende a gerar mais inadimplência, diante das dificuldades impostas pela inflação em todos os setores. É também o maior do País autorizado neste ano. A Enel, acredita que o reajuste não deverá se traduzir em mais inadimplência, considerando que já vinha sendo pago sob a forma de bandeira tarifária. 

No ano passado, o reajuste médio aprovado pela Aneel foi de 8,95%, O aumento médio para consumidores de baixa tensão, a maioria residenciais à época ficou em 8,54%, e para os clientes de média e alta tensão (indústrias e grandes comércios) foi de 10.21%.

O que diz a Enel

De acordo com a distribuidora, a parcela do reajuste que cabe à companhia, equivalente a "cerca de 5,58%, é destinada à operação e manutenção de suas atividades, como equipamentos de distribuição de energia elétrica em sua área de concessão, para a melhoria da qualidade do serviço. Em 2021, a empresa investiu cerca de R$ 1,1 bilhão somente no Ceará.”, informa Luiz Gazulha, diretor de Regulação das distribuidoras da Enel no Brasil.

A Enel acrescenta que, "nos últimos dois anos, diante da situação crítica da pandemia e dos impactos causados na vida das famílias, a companhia solicitou ao órgão regulador a inclusão de medidas para redução do percentual. Em 2020, o reajuste foi adiado por três meses e foi criada também a “Conta Covid” para diluir o reajuste nas tarifas para o consumidor. Já em 2021, a Enel solicitou à Aneel a inclusão de medidas que resultou em uma redução de cerca de 70% do que estava previsto".

Destaca ainda que "em 2022, esses valores que foram adiados estão sendo repassados à tarifa. O fim da “Conta Covid”, de responsabilidade do Governo Federal, o aumento dos encargos setoriais (como, por exemplo, a CDE), a inflação e os custos de aquisição de energia são fatores que estão contribuindo para o aumento do percentual do reajuste deste ano", explica.

Mais inflação

O reajuste de energia significará um novo impacto na inflação, que já está acelerando dia a dia e corroendo a renda dos consumidores. O IPCA, que sofre reflexos principalmente da gasolina em toda a cadeia produtiva, agora no Ceará e demais estados que terão o reajuste de energia neste mês, tende a repercutir em cascata ocasionada pela energia elétrica. 

Reajustes por faixa

24,85% aumento médio no Ceará

23,99% para grupo A, consumidores de alta tensão com grande demanda de energia, como indústrias

25,09% para o grupo B, consumidores de baixa tensão, em geral residências e pequenos negócios

24,16% para imóveis residenciais com baixo consumo

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