41% das empresas no Brasil já usam Inteligência Artificial nas operações

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O dado é do Índice Global de Adoção de Inteligência Artificial da IBM e o  cenário estabelece uma nova relação com o trabalho humano Foto: Divulgação

A inteligência artificial está se desenvolvendo a passos largos. Esse cenário vem gerando no Brasil e no mundo um clima de tensão, receio e até medo, pois a evolução dos robôs já faz parte da realidade. No Brasil, segundo dados do Índice Global de Adoção de Inteligência Artificial da IBM, 41% das empresas utilizam tecnologias de IA nas operações, o País está acima da média da América Latina onde 29% das organizações utilizam IA. 

Substituição ou reinvenção

As previsões em relação a substituição de seres humanos por robôs já é tema de discussões em debates e palestras há anos, mas esse contexto agora faz parte do cotidiano dos brasileiros. A psicóloga e especialista em Cultura Organizacional, Veruska Galvão acredita ser fundamental abordar a pauta dentro das empresas. Ela ressalta que é momento de se reinventar, assim como durante a Revolução Industrial, onde na época as mesmas especulações foram feitas sobre substituir o homem pela máquina e agora é a vez da Inteligência Artificial.

“É hora de utilizarmos as nossas habilidades e inteligências humanas, pois essas não serão substituídas pelos robôs e criarmos um espaço de trabalho que talvez ainda não exista. A nossa criatividade, capacidade de inovação, de análise crítica, essas habilidades serão fundamentais para esse momento que estamos vivendo”, analisa Veruska Galvão.

Preparação necessária

A psicóloga organizacional acredita que as empresas, em sua maioria, ainda não estão preparadas para fazer essa combinação entre a Inteligência Artificial e os seres humanos, pois para ela é necessário criar novos espaços e moldar a cultura organizacional para receber essas tecnologias, e ao mesmo tempo, preparar as pessoas para esse avanço. 

“Não acho que a Inteligência Artificial seja um ponto negativo, pelo contrário, significa inovação e avanço, mas muito me preocupa a falta de preparo das organizações para receber essas tecnologias, fazendo assim a interface com os humanos”, explica. Veruska Galvão.

A especialista em Cultura Organizacional destaca que a inteligência artificial fará o trabalho repetitivo, monótono, sistemático, que, muitas vezes, os seres humanos não gostam de fazer, trabalhos que facilmente podem ser feitos por robôs, e além disso a IA reduzirá o tempo e o esforço em algumas atividades.

“Nós vamos ganhar em eficiência, porque a inteligência artificial vai fazer atividades que nós geralmente gastamos muito tempo para fazer, como criar conteúdos, automatizar processos, processamento de dados, enfim são diversas funções, melhorando a nossa qualidade de vida para que possamos criar novas coisas, que a inteligência artificial não pode”, afirma Veruska Galvão.

A psicóloga acredita que a era da IA é uma oportunidade para desenvolver habilidades e fortalecê-las e esse será o diferencial humano. “Eu costumo dizer que na era da inteligência artificial, o que vai restar para o ser humano é ser humano e o que caracteriza a nossa humanidade são as nossas relações e nossas habilidades humanas, relacionais, interpessoais, socioemocionais, sociocomportamentais, enfim, que são as famosas Soft Skills , que pra mim não são nada “soft”, pois não são fáceis de serem desenvolvidas”, reconhece.

Na perspectiva do mercado de trabalho, Veruska Galvão afirma que a lição de casa é criar ambientes de trabalho onde as pessoas possam desenvolver a sua humanidade, e isso significa desenvolver habilidades. “Investir nas pessoas, nas habilidades humanas, nas relações, pois a qualidade das relações determina a qualidade dos resultados. Em um ambiente de trabalho onde a qualidade das suas relações é boa, os resultados também são muito bons. E mais do que nunca isso vai ser um diferencial. Então, é necessário criar espaços para que o desenvolvimento da nossa humanidade aconteça”, conclui a psicóloga Veruska Galvão.