Hidrogênio verde: CE caminha para 30 acordos de produção

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O Porto do Pecém, juntamente ao de Roterdã, iniciam uma nova fase, que será determinante para o futuro dos terminais portuários e, em especial, do Ceará Foto: Divulgação

O Ceará caminha para a marca de 30 memorandos assinados com empresas interessadas na produção de hidrogênio verde.

Destes, três já avançaram a pré-contratos selados e têm área reservada na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará: Fortescue, Casa dos Ventos e AES.

Investimentos

A soma de investimento é estimada em US$ 8 bilhões. Além disso, o Porto do Pecém deve investir R$ 2,2 bilhões para dotar o terminal de infraestrutura capaz de abrigar os projetos.

Corredor de hidrogênio verde

Nesta quarta-feira (10), aconteceu a assinatura de acordos para a criação do Corredor de Hidrogênio Verde (Green Hydrogen Corridor), entre o Porto do Pecém e o Porto de Roterdã, e da Parceria de Portos Verdes (Green Ports Partnership), entre o Ceará e os Países Baixos. A solenidade contou com a presença do primeiro-ministro do Reino dos Países Baixos, Mark Rutte, e de outras autoridades e executivos.

Com a assinatura, o Complexo do Pecém e o Porto de Roterdã criam um corredor de ponta a ponta da cadeia de suprimentos para hidrogênio verde, incluindo produção no Pecém e recebimento e distribuição no Porto de Roterdã, para atender à demanda nos Países Baixos e em outros países da Europa. Assinaram a criação do corredor Complexo Industrial e Portuário do Pecém, AES Brasil, Casa dos Ventos, Nexway, Havenbedrijf Rotterdam, Fortescue e EDP.

“Nós estamos fazendo história para a humanidade. A nossa ligação fará a mudança que o mundo precisa para a descarbonização”. A declaração foi dada pelo governador do Ceará, Elmano de Freitas, na manhã desta quarta-feira (10), em São Gonçalo do Amarante, durante a assinatura de acordos para a criação do Corredor de Hidrogênio Verde (Green Hydrogen Corridor), entre o Porto do Pecém e o Porto de Roterdã, e da Parceria de Portos Verdes (Green Ports Partnership), entre o Ceará e os Países Baixos. A solenidade contou com a presença do primeiro-ministro do Reino dos Países Baixos, Mark Rutte, e de outras autoridades e executivos.

Portos Verdes

Além disso, a Parceria Portos Verdes, entre o Governo do Ceará e Países Baixo, estabelece apoiar empresas holandesas a exportar e investir no Brasil e apoiar empresas brasileiras com investimentos e exportações para a Holanda.

Do lado neerlandês, é uma cooperação entre a Rotterdam Partners, a Agência Empresarial dos Países Baixos (RVO) e a Rede Diplomática Econômica Neerlandesa no Brasil. O programa conta ainda com a colaboração do Porto de Roterdã, Arcadis, TNO (Organização Holandesa para Pesquisa Científica Aplicada), Wind & Water Works (organização de indústria para energia offshore), assim como um grupo de empresas neerlandesas atuantes no setor marítimo

A expectativa é que essa parceria aumente a cooperação bilateral e o conhecimento para promover conjuntamente iniciativas públicas e privadas no campo do desenvolvimento portuário, logística portuária, conexão com o Interior, bem como projetos de energia portuária, como energia eólica onshore e offshore e a produção de hidrogênio verde.

O presidente do Complexo do Pecém, Hugo Figueiredo, que está na World Hydrogen Summit, participou de forma virtual. “É um momento histórico para o Ceará e para o Porto do Pecém. Esse corredor, conectando os portos, fortalece a parceria e abre a possibilidade de nos inserirmos de vez na transição energética, tendo um papel fundamental em apoiar, principalmente, a Europa nesse momento. O Ceará tem condições competitivas e vantajosas para produção de hidrogênio verde. É uma oportunidade de transformar a vida de todos. Construimos uma um grande aliança pra colocar o Brasil cada vez mais forte nesse momento de transição energética”, reconheceu.

Também em Roterdã para o evento, o secretário do Desenvolvimento Econômico, Salmito Filho, falou sobre a iniciativa. “Estamos avançando nessa construção da transição energética, na descarbonização, contribuindo de forma decisiva para proteção do nosso planeta. Nós estamos também trabalhando para criar oportunidades de emprego e renda, para mudar a economia do Ceará. Esse é um trabalho da governança pública cearense com a Federação das Indústrias do Ceará (Fiec) e as nossas universidades”, frisou. Além deles, também participaram do evento em Roterdã o senador Cid Gomes e o vice-presidente da Fiec, Carlos Prado.

Em São Gonçalo do Amarante, o diretor internacional do Porto de Roterdã, René van der Plas, destacou que o Porto do Pecém é privilegiado por ter localização estratégica em relação à Europa, bem como o Estado do Ceará tem políticas públicas e um sistema fiscal forte.

Polo de negócios

O vice-presidente de Operação do Complexo do Pecém, Fabio Grandchamp, disse que o Ceará se transformará em um polo de negócios, indústria, inovação e conhecimento em energia limpa. “O processo de transição energética está escrevendo um novo capítulo na história, assim como foi a revolução industrial. Estamos diante da revolução energética. E o Brasil e o Ceará serão protagonistas nessa história. Será um capítulo que irá transformar a matriz energética do mundo, descarbonizar a Europa e também vai mudar o Ceará com uma onda de desenvolvimento e emprego e investimento nunca antes vistos”.