
O setor de alimentação fora do lar encerrou o primeiro semestre de 2025 com saldo positivo de empregos em todas as regiões do país. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o perfil das contratações revela duas tendências marcantes: a forte presença feminina e a predominância de jovens em início de carreira, que encontram no segmento uma porta de entrada para o mercado formal.
Sudeste e Nordeste
Nos recortes regionais, o Sudeste consolidou-se como principal pólo empregador, com São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais somando juntos mais de 15 mil novas vagas. O Nordeste aparece em segundo lugar, com mais de 5 mil empregos gerados, com destaque para os estados da Bahia, Pernambuco e Ceará, que juntos responderam por 67% das vagas na região.
Estados
Entre os estados, o maior destaque foi São Paulo, com 10.129 novos empregos, número que sozinho corresponde a quase um terço das 33 mil vagas criadas em todo o país. O desempenho paulista foi quase três vezes maior que o do segundo colocado, o Rio de Janeiro, que registrou 3.000 admissões. Outros estados também tiveram resultados relevantes, como o Paraná (2.024), o Distrito Federal (1.843) e a Bahia (1.520).
“Os resultados ressaltam o potencial do setor de alimentação fora do lar como gerador de empregos em diferentes contextos estaduais. Mais do que números, essas contratações expressam a vocação do segmento para abrir portas, oferecer oportunidades e transformar trajetórias de vida”, afirma Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel.
Liderança
Quando consideradas as admissões feitas durante o semestre, o levantamento evidencia a forte presença das mulheres no setor. Em estados como Bahia, São Paulo e Paraná, mais da metade do saldo de contratações foi feminino.
A análise por faixa etária, por sua vez, reforça a centralidade da juventude na composição da mão de obra do setor. Em todos os estados, os trabalhadores de 18 a 24 anos concentraram a maior parte das admissões.
Primeira experiência
Para além dos números, os dados revelam um traço que caracteriza bares e restaurantes em todo o país: a capacidade de gerar oportunidades inclusivas em diferentes contextos e localidades. Jovens em busca da primeira experiência, mulheres que buscam autonomia e trabalhadores que desejam recomeçar encontram no setor um espaço de crescimento.
Vendas crescem 0,4%
As vendas no setor de bares e restaurantes cresceram 0,4% em julho, segundo dados do Índice Abrasel-Stone, relatório mensal divulgado pela Stone em parceria com a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes). Já com relação ao mesmo período do ano anterior, as vendas reportaram queda de 0,9%.
O Índice Abrasel-Stone monitora o desempenho do setor de alimentação fora do lar em 24 estados brasileiros. Desenvolvido a partir da base transacional da Stone, o indicador oferece uma leitura precisa e atualizada sobre a variação das vendas no setor, com o objetivo de apoiar empreendedores na tomada de decisões mais estratégicas.
Férias
Para o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, “as férias escolares trouxeram bom movimento principalmente às cidades mais turísticas, mas mesmo os centros urbanos mantiveram um nível de consumo positivo. O resultado do mês é animador e traz boa expectativa para o segundo semestre”.
Segundo Guilherme Freitas, economista e pesquisador da Stone, o mês de julho trouxe um alívio pontual para o setor, mas ainda dentro de um cenário desafiador.
“Após a queda expressiva registrada em junho, o setor de bares e restaurantes voltou a crescer em julho, impulsionado, em parte, pelo avanço do mercado de trabalho e pela queda na taxa de desemprego. No entanto, o ritmo mais moderado na geração de empregos, aliado ao alto comprometimento da renda das famílias com dívidas e à inflação ainda elevada no segmento de alimentação fora do domicílio, mantém a pressão sobre o consumo. Esse conjunto de fatores indica que a recuperação deve ser gradual e requer atenção, especialmente para negócios que dependem diretamente do poder de compra dos consumidores".
Por estados
Dos 24 estados contemplados pelo levantamento, sete estados apresentaram crescimento nas vendas do setor de bares e restaurantes em junho, na comparação anual: Rio Grande do Norte e Maranhão (3,3%), Piauí (2,7%), Paraná e São Paulo (1%), Goiás (0,3%) e Roraima (0,1%).
Já entre os estados com desempenho negativo, as maiores quedas foram observadas no Pará (6,8%), Tocantins (5,9%), Mato Grosso (5,6%), Alagoas (5%), Bahia (4,8%), Rondônia (3,4%), Rio Grande do Sul e Santa Catarina (2,9%), Pernambuco (2,8%), Paraíba e Minas Gerais (2,3%), Rio de Janeiro (2,1%), Espírito Santo (1,3%), Mato Grosso do Sul (0,6%), Ceará (0,5%) e Amazonas (0,4%). Sergipe manteve estabilidade, com 0% de variação.