
A palavra atual é instabilidade. Não se trata de bola de cristal. Especialistas da XP se debruçam diariamente sobre o que acontece nos mercados e, com levantamentos, colocam uma lupa no novo momento que os países, notadamente o Brasil, passaram a enfrentar em suas relações com os Estados Unidos.
Dia D do Tarifaço
No Tarifaço Day (6/8), dando start para a taxação de produtos brasileiros exportados aos EUA em 50% (com exceções), o ineditismo nas relações comerciais e o protecionismo exacerbado do País norte-americano ganham ritmo nunca experimentado antes pelo Brasil.
Perdas e ajustes
De acordo com o estrategista da XP, Raphael Figueiredo (Rafi), "o mundo não acabar, mas ele mudou". Ele esteve em visita ao escritório da XP em Fortaleza, juntamente com Wander Aquino, líder Comercial da XP no Nordeste.
Figueredo lembrou que sinais dessa mudança no cenário econômico mundial começaram desde o Brexit (British Exit), referindo-se à saída do Reino Unido da União Europeia, como um primeiro movimento de ruptura. Segundo elenca, houve ainda o início da "guerra comercial" no primeiro Governo Trump, agora acelerada no "Trump 2.0", em menção ao atual governo nos EUA. Desta forma, os Estados Unidos passaram a adotar desde o pós-pandemia medidas "estruturais" na prática.
Um marco foi o chamado "Liberation Day", um amplo pacote de taxas de importação anunciadas pelo presidente dos EUA, em abril deste ano, data que ele chamou de "Dia da Libertação".Com essa ordem, Trump declarou emergência nacional, devido ao déficit comercial dos Estados Unidos, e invocou a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional para autorizar tarifas abrangentes sobre importações estrangeiras.
Impactos
Com o "Tarifaço" implementado no Brasil haverá perdas e muitos ajustes, mas também é preciso enxergar a outra configuração dos mercados e negócios que surgirão nas trocas com o restante do mundo, diante dessa nova ordem econômica.
A lista de 700 exceções atenuou o cenário para o impacto na economia brasileira. A projeção de impacto (macroeconômico) no PIB é de - 0,2 p.p de perdas. Já o Goldman Sachs sequer alterou sua estimativa de crescimento do País, que é de 2,3% para este ano. A inflação também cobrará seu preço e existe uma grande preocupação com empregos.
Ceará
Lembrando que o Ceará está entre os estados mais afetados negativamente pelo tarifaço, considerando que, de acordo com números de 2024, 44,9% das exportações do Estado tiveram como destino os EUA. (Clique para ler mais sobre as dificuldades da indústria e agropecuária).
Educação financeira
Wander Aquino, líder Comercial da XP no Nordeste, também detalhou à imprensa e influenciadores, a importância, desde cedo, do aprendizado do investimento, como forma de assegurar uma vida melhor e, sobretudo, um futuro tranquilo.