
Em julho de 2025, o conjunto dos 12 produtos que compõem a cesta básica de Fortaleza registrou uma inflação de 0,41%.
No bolso
A alta nos preços de seis dos 12 produtos fez com que um trabalhador, para adquirir os itens respeitadas as quantidades definidas para a composição da cesta, tivesse que desembolsar R$ 738,09.
Observando as variações semestral e anual da Cesta Básica em Fortaleza, verifica-se que foram de 5,38% e 8,94%, respectivamente. Isto significa que a alimentação básica em julho de 2025 (R$ 738,09) está mais cara do que em janeiro de 2025 (R$ 700,44) e mais cara do que em julho de 2024 (R$ 677,53).
Participação no salário
Considerando o valor e tomando como base o salário mínimo vigente no país de R$ 1.518,00 (valor correspondente a uma jornada mensal de trabalho de 220 horas), pode-se dizer que o trabalhador teve que desprender 106h e 58 minutos de sua jornada de trabalho mensal para essa finalidade.
O gasto com alimentação de uma família padrão (2 adultos e 2 crianças) foi de R$ 2.214,27. Comparando o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (7,5%), verifica-se que o trabalhador fortalezense remunerado pelo piso nacional comprometeu, em julho de 2025, 52,56% do seu salário para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta.
Aumentos e baixas
A inflação nos preços da cesta básica foi influenciada pela alta nos preços de seis produtos da cesta, dos quais, destacam-se: o tomate (5,39%), o leite (1,21%) e o açúcar (1,19%). Dentre os produtos que registraram reduções em seus preços, destacam-se: o arroz (-4,59%), o feijão (-4,33%) e o café (-2,25%).
No semestre, dos produtos que compõem a Cesta Básica, sete itens sofreram
reduções em seus preços, dos quais, destacam-se: o arroz (-21,85%), o óleo (-9,12%) e o feijão (-8,04%). Cinco itens apresentaram elevações nos preços dos quais, destacam-se: o tomate (36,69%), o café (25,74%) e o pão francês (4,45%).
Na série de 12 meses, dos produtos que compõem a Cesta Básica, entre os itens que apresentaram reduções no preço, destacam-se: o arroz (-21,09%), a farinha (-19,21%) e feijão (-17,72%). Os itens que apresentaram as maiores elevações foram o café (71,86%), a carne (28,04%) e o óleo (21,81%).
Brasil
Em julho, o valor do conjunto dos alimentos básicos diminuiu em 15 capitais e aumentou em outras 12, de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de
Alimentos, realizada mensalmente. Entre junho e julho de 2025, as quedas mais importantes ocorreram em Florianópolis (-2,64%), Curitiba (-2,40%), Rio de Janeiro (-2,33) e Campo Grande (-2,18%). Já as maiores altas ocorreram em capitais do Nordeste: Recife (2,80%), Maceió (2,09%), Aracaju (2,02%), João Pessoa (1,86%), Salvador (1,80%), Natal (1,44%) e São Luís (1,40%).
São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 865,90), seguida por Florianópolis (R$ 844,89), Porto Alegre (R$ 830,41), Rio de Janeiro (R$ 823,59) e Cuiabá (R$ 813,48). Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram observados em Aracaju (R$ 568,52), Maceió (R$ 621,74), Salvador (R$ 635,08) e Porto Velho (R$ 636,69).
Mais cara
Com base na cesta mais cara, que, em julho, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em julho de 2025, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 7.274,43 ou 4,79 vezes o salário mínimo reajustado em R$ 1.518,00. Em junho, o valor necessário era de R$ 7.416,07 e correspondeu a 4,89 vezes o piso mínimo.
Salário necessário
Em julho de 2024, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.802,88 ou 4,82 vezes o valor vigente na época, que era de R$ 1.412,00. Em julho de 2025, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica nas 27 capitais pesquisadas foi de 103 horas e 40 minutos, menor do que o registrado em junho, quando ficou em 104 horas e 03 minutos.
Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador
remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, nas 27 capitais pesquisadas em julho deste ano, 50,94% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos e, em junho, 51,13% da renda líquida.